Máquina pública ficaria em situação delicada sem alta do IOF, alerta Haddad
- Neriel Lopez
- há 22 horas
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Na última quarta-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, para discutir a necessidade de um aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Durante o encontro, Haddad enfatizou que a manutenção da máquina pública poderia ser comprometida sem essa elevação, que tem como objetivo aumentar a arrecadação e equilibrar as contas do governo. Haddad apresentou um plano que inclui cortes de R$ 30 bilhões em despesas e a busca por R$ 20 bilhões em receitas adicionais para atender às metas fiscais estabelecidas. Ele alertou sobre as implicações negativas que a rejeição da proposta poderia trazer, como a necessidade de um contingenciamento ainda maior nos gastos públicos.
“São R$ 30 bilhões de cortes de despesas, sendo R$ 10 bilhões de bloqueio e R$ 20 bilhões de contingenciamento, e R$ 20 bilhões de receitas adicionais para cumprir as metas fiscais. Expliquei as consequências em caso de não aceitação da medida [do IOF], o que acarretaria em termos de contingenciamento adicional. Nós ficaremos num patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública do Estado brasileiro”, declarou o ministro.
Apesar das discussões, não houve um compromisso claro dos presidentes em pautar os mais de 20 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) que visam revogar o aumento do imposto. Motta, embora tenha considerado a elevação infeliz, sugeriu que o foco deveria ser em medidas mais estruturais. Por sua vez, Alcolumbre criticou a ação do governo, alegando que esta usurpa poderes legislativos.
Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, expressou ceticismo quanto à possibilidade de os presidentes pautarem os PDLs na próxima semana. Ele mencionou que a equipe da Fazenda recebeu sugestões de representantes do setor bancário e dos presidentes das casas legislativas, mas não forneceu detalhes sobre essas propostas.
O aumento do IOF tem gerado descontentamento entre diversos setores, incluindo parlamentares e empresários, que fazem parte da base aliada do governo. A medida é vista como uma tentativa de contornar a crise fiscal, mas enfrenta resistência significativa no Congresso e entre os agentes econômicos.